O papel contínuo da quimioterapia adjuvante no cenário atual da oncologia torácica

No episódio, os oncologistas Dr. Marcelo Corassa (pesquisador clínico na BP), Dr. Guilherme Harada (coordenador de Pesquisa Clínica em Oncologia do Hospital Sírio-Libanês) e Dra. Danielli Matias (pesquisadora no Oncology Natal, membro dos comitês de pesquisa do GBOT, LACOG e SBOC) discutem em profundidade o papel atual da quimioterapia adjuvante, à luz dos avanços moleculares e das novas diretrizes terapêuticas.

A Dra. Danielli Matias foi enfática ao afirmar que, mesmo em 2025, a quimioterapia adjuvante segue tendo papel relevante, sobretudo em pacientes com linfonodos comprometidos ou tumores a partir de 4 cm. Casos com mutações em EGFR, por exemplo, devem seguir com quimioterapia antes da introdução de ozimertinibe, enquanto pacientes com mutações ALK podem, em alguns contextos, receber apenas a terapia-alvo. O Dr. Corassa destacou que, apesar do entusiasmo com novas drogas, o benefício de sobrevida da quimioterapia — mesmo que modesto em alguns casos — ainda é clinicamente significativo.  Além dos critérios clássicos de tamanho tumoral e linfonodomegalia, características como invasão de pleura visceral, subtipo micropapilar e presença de STAS foram citadas como elementos que podem influenciar na decisão de indicar quimioterapia. A análise molecular também tem se tornado cada vez mais importante, com mutações como HER2 sendo reconhecidas por seu impacto prognóstico, mesmo em tumores que não se encaixam nos critérios tradicionais de adjuvância.  Por fim, os especialistas também discutiram a integração entre quimioterapia e imunoterapia, tanto na neoadjuvância quanto na adjuvância. Embora estudos como IMpower010 e KEYNOTE-091 tenham ampliado o uso da imunoterapia no pós-operatório, a Dra. Danielli reforçou que a quimioterapia permanece essencial na maioria dos casos — especialmente para pacientes com PD-L1 baixo. A mensagem final foi clara: embora as novas terapias sejam promissoras, o tratamento personalizado e baseado em múltiplos fatores ainda coloca a quimioterapia como peça-chave na oncologia torácica atual. Não deixe de acessar o conteúdo completo!