Month in Review – Setembro: Novas diretrizes da Sociedade Brasileira de Cardiologia

No episódio de setembro do Month in Review, os Drs. Pedro Barros e Remo Furtado analisam os principais destaques científicos em cardiologia do mês de setembro, com ênfase nas novas diretrizes brasileiras, recentemente publicadas pela Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC). 

A nova Diretriz Brasileira de Atendimento à Dor Torácica na Unidade de Emergência1 coordenada pelo Dr. Pedro Barros estabelece um marco na prática clínica ao adotar uma abordagem centrada no paciente desde o primeiro contato com o sistema de saúde. O documento propõe uma avaliação estruturada, incluindo a realização do eletrocardiograma nos primeiros 10 minutos de atendimento e critérios inovadores para interpretação do exame, contemplando novos critérios para oclusão de artéria coronária sem elevação do segmento ST. Além disso, destaca-se o uso de troponina de alta sensibilidade com destaque para o algoritmo 0/1 hora, permitindo decisões diagnósticas e terapêuticas mais rápidas e seguras. A diretriz reforça ainda a integração entre emergência e cardiologia e a utilização racional de exames complementares, equilibrando custo, disponibilidade e valor diagnóstico, em consonância com as recomendações internacionais da ESC/AHA/ACC (2021). 

Entre as atualizações em hipertensão arterial, os especialistas ressaltam a adoção de critérios diagnósticos e metas de tratamento mais rigorosos, alinhados às recomendações internacionais. A nova Diretriz Brasileira de Hipertensão Arterial2 reforça a importância do monitoramento domiciliar e ambulatorial da pressão arterial, a estratificação de risco baseada em comorbidades e lesão de órgão-alvo, e a iniciação precoce de terapia combinada para maior controle pressórico. 

No campo das dislipidemias, houve destaque para a atualização das metas lipídicas, que agora contemplam valores mais estritos de LDL-c e a inclusão da categoria de risco cardiovascular extremo, refletindo evidências recentes de benefício incremental com a redução intensiva do LDL. A Diretriz Brasileira de Dislipidemias e Prevenção da Aterosclerose3 incorpora ainda a recomendação de dosagem de lipoproteína(a) ao menos uma vez na vida, além de reconhecerem o papel crescente de terapias não estatínicas.  

As novas diretrizes brasileiras de Hipertensão e de Dislipidemias adotam o uso do escore PREVENT para estratificação de risco cuja calculadora oficial da SBC foi feita em parceria com a TribeMD: https://sbc.tribemd.com/. A integração entre emergência, cardiologia e atenção primária, aliada a metas mais rigorosas em hipertensão e dislipidemias, demonstra como essas atualizações podem transformar a prática clínica e aprimorar os resultados em saúde cardiovascular em diferentes cenários. 

Acompanhe o Month in Review na íntegra e mantenha-se atualizado com as principais evidências em cardiologia, porque aqui o conhecimento vem direto da fonte!  

Referências: 

1. Silva PGMB, Soeiro AM, Ornelas CE, Feitosa-Filho GS, Lopes RD, Lino DOC, Furtado RHM, et al. Diretriz Brasileira de Atendimento à Dor Torácica na Unidade de Emergência – 2025. Arq. Bras. Cardiol. 2025;122(9):e20250620. 
2. Brandão AA, Rodrigues CIS, Bortolotto LA, Armstrong AC, Mulinari RA, Feitosa ADM, Mota-Gomes MA, et al. Diretriz Brasileira de Hipertensão Arterial – 2025. Arq. Bras. Cardiol. 2025;122(9):e20250624. 
3. Rached FH, Miname MH, Rocha VZ, Zimerman A, Cesena FHY, Sposito AC, Santos RD, et al. Diretriz Brasileira de Dislipidemias e Prevenção da Aterosclerose – 2025. Arq. Bras. Cardiol. 2025;122(9):e20250640.