Neste vídeo, Dr. Alexandre Naime Barbosa, Médico Infectologista, Chefe do Departamento de Infectologia da UNESP e Coordenador Científico da Sociedade Brasileira de Infectologia, destaca os principais temas discutidos no maior encontro científico global sobre HIV.
A 13ª Conferência da International AIDS Society (IAS 2025), realizada em Kigali, Ruanda, trouxe uma visão abrangente sobre o presente e o futuro da resposta global ao HIV. Entre os destaques em ciência básica, estudos demonstraram como coinfecções como hepatite B, citomegalovírus e tuberculose aumentam o tamanho do reservatório viral do HIV — um dos maiores obstáculos para a cura. Dados reforçaram a importância do diagnóstico precoce e do início rápido do tratamento antirretroviral para reduzir a formação desses reservatórios.
Na área de prevenção, a conferência apresentou resultados animadores sobre uma nova profilaxia pré-exposição (PrEP) oral de uso mensal e reforçou a eficácia do lenacapavir injetável, aplicado duas vezes ao ano, que demonstrou proteção superior, inclusive em adolescentes, mulheres grávidas e lactantes.
Outro momento central foi o lançamento das novas diretrizes da Organização Mundial da Saúde (OMS), que ampliam as recomendações para prevenção e tratamento. As novidades incluem a incorporação do cabotegravir e rilpivirina injetáveis como opção de “switch” para pessoas já indetectáveis, a expansão de alternativas de PrEP, o reconhecimento do uso da doxiciclina pós-exposição (DoxyPEP) para prevenção de ISTs bacterianas e a ênfase em estratégias de testagem rápida e autoteste para acelerar o diagnóstico.
O encontro também destacou a necessidade de integração do cuidado do HIV com outras áreas da saúde, considerando o envelhecimento da população vivendo com o vírus e o aumento das doenças crônicas e transtornos de saúde mental. Além disso, reforçou-se a importância de abordagens personalizadas para populações-chave, com estratégias comunitárias e intervenções virtuais para melhorar o acesso e a adesão aos serviços de saúde.
A IAS 2025 encerrou-se com uma mensagem clara: a resposta global ao HIV depende de inovação científica, mas também de equidade no acesso e adaptação das políticas de saúde às necessidades reais das pessoas.

Escrito por MDHealth
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