Estudo Seniors-ENRICA-2: Atividade física moderada a vigorosa melhora a capacidade intrínseca em idosos

Plataforma Med.IQ

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30 mai, 2025

O envelhecimento populacional impõe desafios crescentes aos sistemas de saúde, demandando estratégias eficazes para preservar a funcionalidade dos idosos. Em consonância com as recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS), que propõe intervenções voltadas à manutenção da capacidade intrínseca em pessoas com 60 anos ou mais, um estudo publicado no The Lancet Healthy Longevity reforça o papel da atividade física moderada a vigorosa (AFMV) na promoção de um envelhecimento saudável. Conduzido por Juan Luis Sánchez-Sánchez e colaboradores, o estudo analisou dados da coorte espanhola Seniors-ENRICA-2, composta por 2477 idosos residentes na comunidade, dos quais 1463 foram acompanhados prospectivamente por uma mediana de 2,3 anos. A análise revelou que níveis mais altos de AFMV, mas não de atividade física leve (AFL), estiveram associados à melhora da capacidade intrínseca — conjunto de capacidades físicas e mentais que sustentam a autonomia funcional. Em contrapartida, níveis mais altos de comportamento sedentário foram relacionados a declínios nessa capacidade. Os resultados mostraram que tanto o tercil intermediário de AFMV (≥39,0 e <70,6 minutos/dia) quanto o tercil superior (AFMV ≥70,6 min/dia) foram associados à melhora da capacidade intrínseca, independentemente dos níveis de comportamento sedentário. Por outro lado, tanto o tercil mais baixo (<722,5 minutos/dia) quanto o tercil intermediário (≥722,5 e <796,0 minutos/dia) de comportamento sedentário foram ligados à redução da capacidade intrínseca, também independentemente da AFMV. Além disso, o estudo reforçou a relevância da capacidade intrínseca como marcador prognóstico, ao associá-la longitudinalmente com o comprometimento nas atividades básicas e instrumentais da vida diária. Embora tenha havido perdas significativas no acompanhamento — possivelmente por morte, institucionalização ou recusa de participantes com pior estado de saúde — os achados mantêm sua relevância clínica. Diante desse cenário, promover a atividade física moderada a vigorosa entre idosos emerge como uma medida essencial para preservar a autonomia, reduzir a demanda por cuidados de longo prazo e promover um envelhecimento mais saudável e resiliente. Referências: 1. SÁNCHEZ-SÁNCHEZ, J. L. et al. Association between physical activity and sedentary behaviour and changes in intrinsic capacity in Spanish older adults (Seniors-ENRICA-2): a prospective population-based study. The Lancet Healthy Longevity, p. 100681, maio 2025
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