Dia Mundial da Hipertensão arterial: diretrizes avançam, mas controle ainda é um desafio

Neste 17 de maio, Dia Mundial da Hipertensão, a comunidade médica é convocada a refletir sobre os avanços e os desafios persistentes no enfrentamento dessa condição crônica que afeta cerca de 30% da população brasileira, podendo atingir uma prevalência de 65% entre pessoas com mais de 60 anos. A hipertensão arterial permanece como uma das principais causas de morbimortalidade cardiovascular, sendo responsável por aproximadamente 388 mortes diárias no país. 

A edição de 2024 das diretrizes europeias de hipertensão arterial introduziu mudanças significativas nas metas terapêuticas. Agora, recomenda-se que a pressão arterial sistólica seja mantida entre 120 e 129 mmHg, e a diastólica entre 70 e 79 mmHg, desde que bem tolerado pelo paciente. Essa abordagem mais rigorosa visa reduzir ainda mais o risco de eventos cardiovasculares. 

No Brasil, embora as diretrizes nacionais estejam em processo de atualização com previsão de publicação em 2025, a Sociedade Brasileira de Hipertensão destaca a importância de intensificar as ações para melhorar o diagnóstico e o controle da pressão arterial, que atualmente é satisfatório em apenas 30% dos casos. 

A abordagem terapêutica também tem evoluído. As diretrizes recentes recomendam iniciar o tratamento com uma combinação em dose baixa de dois medicamentos entre os seguintes: inibidor da enzima de conversão da angiotensina (IECA) ou bloqueador do receptor da angiotensina (BRA), antagonista do canal de cálcio e diurético tiazídico. Essa estratégia visa melhorar a eficácia do tratamento e a adesão dos pacientes. 

Para os profissionais de saúde, especialmente aqueles na atenção primária, é crucial manter-se atualizado sobre as novas diretrizes e estratégias de tratamento. A adesão às recomendações atualizadas pode melhorar significativamente os desfechos clínicos e reduzir a carga da hipertensão na população. 

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