Destaques do ICML 2025: Novas perspectivas para o tratamento dos linfomas folicular e leucemia linfocítica crônica (LLC)

Durante o ICML 2025 (International Conference on Malignant Lymphoma) em Lugano, a Dra. Thaís Fischer compartilhou insights relevantes destacando estudos promissores com anticorpos biespecíficos como o mosunetuzumabe em primeira linha para linfoma folicular, com taxas resposta global de 95%, resposta completa de 82% e sobrevida livre de progressão de 89%. A maioria dos pacientes foi tratada em regime ambulatorial, com baixas taxas de infecção — uma preocupação frequente no uso de biespecíficos. 

Outro destaque importante foi a subanálise do estudo SWOG S1826, que comparou nivolumabe + AVD versus BV-AVD em pacientes com linfoma de Hodgkin, com foco especial na coorte de pacientes EBV-positivos. O EBV, conhecido como um dos principais agentes virais associados a neoplasias, mostrou influência importante nos desfechos. Entre os pacientes EBV-positivos, o nivolumabe + AVD alcançou sobrevida livre de progressão de 95%, em contraste com 72% no grupo BV-AVD. Já entre os pacientes EBV-negativos, o benefício foi mantido: 92% no grupo nivo-AVD versus 85% no grupo BV-AVD. Além disso, não foram observados sinais de pseudoprogressão — um dado relevante para a interpretação de PET-CT nesses casos.  

A Dra. Thaís também comenta um estudo de fase 2 que abordou o retratamento na leucemia linfocítica crônica (LLC), tema cada vez mais relevante diante das abordagens com tratamentos finitos e das incertezas sobre como conduzir recaídas. O estudo, ainda pequeno, avaliou o uso de obinutuzumabe em pacientes com recaídas, dividindo-os em duas coortes: aqueles que recaíram após 24 meses e os que recaíram entre 12 e 24 meses após o tratamento inicial. No total, foram incluídos 25 pacientes, e os resultados se mostraram promissores: todos os pacientes estavam vivos no momento da análise, com apenas um caso de progressão da doença. Além disso, as taxas de doença residual mínima (DRM) foram bastante satisfatórias, indicando que o retratamento com obinutuzumabe pode ser uma estratégia válida, mesmo em pacientes já previamente tratados. Outro ponto relevante foi a baixa resistência às drogas utilizadas. A Dra. Thaís destaca a importância dessa linha de investigação, sobretudo em um cenário em que novas terapias vêm sendo incorporadas, mas ainda se discute qual a melhor sequência terapêutica após a recaída.  

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Referências: 

1. Ahmed S, Li H, Herrera AF, Perry A, Kovach AE, Davison K, et al. Impact of EBV status and histology on outcomes with nivolumab-AVD versus BV-AVD in patients enrolled on SWOG S1826. In: Session 3: Hodgkin Lymphoma from Children to Adults. Abstract 020. Presented at: ICML 2025 – International Conference on Malignant Lymphoma; 2025 Jun; Lugano, Switzerland. 
2. Budde LE, Burke JM, Sharman JP, Anz B, Zuniga R, Tun AM, et al. Fixed duration subcutaneous mosunetuzumab in patients with previously untreated high–tumor burden follicular lymphoma: interim results from the phase II MORNINGSUN study. Abstract 099 Presented at: ICML 2025 – International Conference on Malignant Lymphoma; 2025 Jun; Lugano, Switzerland. 
3. Falchi L, Okwali M, Lopez Ferreira A, Miah C, Slupe N, Hamlin P, et al. Mosunetuzumab (Mosun) produces durable benefit in patients (pts) with newly diagnosed follicular lymphoma (FL): extended follow up of the MITHIC-FL1 trial. Abstract 027 Presented at: ICML 2025 – International Conference on Malignant Lymphoma; 2025 Jun; Lugano, Switzerland. 4
4. Fürstenau M, Robrecht S, von Tresckow J, Zhang C, Gregor M, Thornton P, et al. The triple combination of venetoclax-ibrutinib-obinutuzumab prolongs PFS compared to venetoclax-CD20-antibody combinations and chemoimmunotherapy in treatment-naive CLL. Abstract 070. Presented at: ICML 2025 – International Conference on Malignant Lymphoma; 2025 Jun; Lugano, Switzerland.