Combate à malária ganha fôlego com novas tecnologias e cooperação internacional
No contexto do Dia Mundial da Malária, celebrado em 25 de abril, a Organização Mundial da Saúde (OMS) e o Ministério da Saúde destacaram avanços significativos e reforçaram o apelo global por ações coordenadas para eliminar a doença
Desde o início do século, a colaboração internacional possibilitou a prevenção de mais de 2 bilhões de casos e salvou quase 13 milhões de vidas. A Organização Mundial da Saúde (OMS) já certificou 45 países e 1 território como livres de malária, enquanto 25 países notificaram menos de 10 casos em 2023 — um marco promissor. No entanto, os avanços continuam sob ameaça, especialmente em países com sistemas de saúde frágeis e alta carga da doença.
Segundo o último relatório da OMS, a malária ainda causou cerca de 600 mil mortes em 2023, sendo 95% delas concentradas na África. Desafios como resistência a medicamentos, mudanças climáticas, conflitos e deslocamentos populacionais dificultam o combate eficaz à doença.
Vacinas e novas tecnologias como esperança
Uma das principais novidades destacadas pela OMS é a introdução de vacinas contra a malária em 20 países africanos, incluindo o Mali. A estimativa é de que essa medida salve dezenas de milhares de vidas de crianças todos os anos. Paralelamente, uma nova geração de mosquiteiros impregnados com inseticidas mais eficazes vem ganhando espaço: em 2023, representaram quase 80% das redes distribuídas na África Subsaariana, contra 59% no ano anterior.
Brasil: redução expressiva de casos e uso de tecnologia inovadora
No cenário nacional, o Brasil também tem motivos para celebrar avanços. Entre janeiro e março de 2025, o país registrou uma redução de 26,8% nos casos de malária em relação ao mesmo período do ano anterior (25.473 casos contra 34.807). O número de óbitos caiu 27% em 2024, com 43 mortes notificadas.
Durante evento na Academia Nacional de Medicina, o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, reafirmou o compromisso do Governo Federal com a eliminação da malária e destacou a adoção de tecnologias inovadoras, como a tafenoquina — medicamento de dose única voltado para o tratamento da malária por Plasmodium vivax, responsável por mais de 80% dos casos no país. Já foram tratadas mais de 7 mil pessoas com a nova terapia, implementada em 49 municípios da Amazônia Legal e em nove Distritos Sanitários Indígenas. A previsão é de expansão para regiões fora da Amazônia até junho deste ano.
Atualmente, a versão pediátrica da tafenoquina está em fase de incorporação pelo Sistema Único de Saúde (SUS), com parecer favorável da Conitec, aguardando consulta pública.
Ações integradas e vigilância ampliada
Além dos investimentos em medicamentos e insumos, o Ministério da Saúde tem intensificado a capacitação de profissionais de saúde, distribuído mosquiteiros de longa duração (ação retomada após 2019) e reforçado a vigilância epidemiológica, sobretudo em áreas fora da Amazônia, onde a letalidade da doença é maior.
O Projeto Apoiadores Municipais, com atuação direta em regiões que concentram 80% da carga da malária, tem sido essencial para fortalecer ações locais de prevenção, diagnóstico e tratamento.
Um chamado à ação contínua
Tanto a OMS quanto o governo brasileiro convergem em um ponto crucial: os avanços são reais, mas ainda frágeis. Proteger os ganhos conquistados exige compromisso político duradouro, financiamento adequado, inovação e engajamento comunitário.
Reacender o comprometimento coletivo — de governos, profissionais de saúde, pesquisadores, setor privado e sociedade civil — será determinante para conter a malária e, em última instância, eliminá-la como ameaça à saúde pública global.
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Referências
- Ministério da Saúde. Brasil reduz 26% dos casos de malária no primeiro trimestre de 2025. Disponível em: . Acesso em: 8 maio. 2025.
- WORLD. WHO calls for revitalized efforts to end malaria. Disponível em: .
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Escrito por Med.IQ
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