Caso clínico destaca desafios e abordagens no colangiocarcinoma avançado

Neste videocast do programa “Bora Discutir um Caso?”, os doutores Gustavo Fernandes, Vice-Presidente de Oncologia da Rede Américas e Pedro Uson, Oncologista Clínico no Hospital Israelita Albert Einstein, discutem um caso clínico de colangiocarcinoma intra-hepático avançado, destacando os principais desafios diagnósticos e terapêuticos dessa neoplasia. O caso ilustra a apresentação típica da doença — um paciente jovem, sem comorbidades e com lesão hepática volumosa, frequentemente diagnosticada em estágio avançado devido à ausência de fatores de risco controláveis e rastreamento eficaz. 

Os especialistas reforçam a importância de uma avaliação diagnóstica e molecular abrangente, que permita caracterizar o perfil biológico do tumor e orientar decisões terapêuticas personalizadas. Destacam ainda o valor crescente das análises genômicas e de sequenciamento avançado, fundamentais para identificar alterações que possam direcionar o tratamento e oferecer novas possibilidades de abordagem. 

No manejo inicial, os oncologistas discutem o uso de combinações de quimioterapia e imunoterapia como base do tratamento sistêmico. Também destacam que o controle da doença hepática é um aspecto central no cuidado, especialmente em casos avançados, e que abordagens integradas podem contribuir para prolongar a sobrevida e preservar a qualidade de vida. 

A conversa também aborda a incorporação de terapias-alvo, como ivosidenibe para mutações em IDH1, e o cenário emergente de combinações com imunoterapia. Os médicos enfatizam que o tempo de resposta e o acesso ao teste molecular são fatores críticos: o atraso na caracterização genômica pode impedir o uso oportuno de terapias de precisão. 

Encerrando a discussão, os doutores reforçam dois pontos fundamentais para a prática clínica: a necessidade de sequenciar precocemente os pacientes e de priorizar o controle hepático, já que a maioria evolui com complicações decorrentes da doença no fígado. A evolução terapêutica do colangiocarcinoma, segundo os especialistas, reflete um avanço notável impulsionado pela oncologia de precisão e pela integração entre terapias sistêmicas e locorregionais.