ESC® 2025 – Beta-bloqueadores após infarto em fração de ejeção levemente reduzida

Meta-análise dos estudos REBOOT e DANBLOCK reforça o papel dos beta-bloqueadores no pós-infarto em pacientes com disfunção ventricular esquerda leve.

Apresentada no ESC 2025, uma meta-análise de dados individuais reuniu os principais estudos contemporâneos (REBOOT, BETAMI, DANBLOCK e CAPITAL-RCT) para avaliar o impacto da terapia com beta-bloqueadores após infarto agudo do miocárdio em pacientes com fração de ejeção levemente reduzida (40–49%), sem sinais ou história

de insuficiência cardíaca. Foram incluídos 1.885 pacientes, dos quais 991 receberam beta-bloqueadores e 894 foram alocados para o grupo controle.

Durante seguimento mediano superior a um ano, o desfecho primário — composto por morte por todas as causas, novo infarto ou insuficiência cardíaca — ocorreu em 106 pacientes no grupo beta-bloqueador versus 129 no grupo controle, correspondendo a uma taxa de 32,6 versus 43,0 eventos por 1000 pacientes-ano. O uso de beta-bloqueadores esteve associado a uma redução de 25% no risco relativo do desfecho composto (HR 0,75; IC95% 0,58–0,97; p=0,031), sem heterogeneidade significativa entre os ensaios ou países participantes.

Esses achados reforçam que a terapia com beta-bloqueadores continua sendo benéfica também nos pacientes com fração de ejeção apenas levemente reduzida, ampliando a evidência que já sustentava sua indicação em indivíduos com fração de ejeção <40%.

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Referências:

1- Rossello X, Prescott EIB, Kristensen AMD, et al. β blockers after myocardial infarction with mildly reduced ejection fraction: an individual patient data meta-analysis of randomised controlled trials. Lancet. 2025; Online first Aug 30. doi:10.1016/S0140-6736(25)01592-2.